sexta-feira, 21 de junho de 2013

Brasil não me faças isto



Já tinha ouvido falar da obcessão por regras que a Alemanha tem por uma prima do marido que viveu lá um pouco mais de um ano. Ela fez-me rir muito das histórias sobre o zelo excessivo das leis, da economia de recursos naturais e do transtorno obcessivo compulsivo para ser um cidadão exemplar até na mínima das coisas. E quem diz Alemanha diz qualquer país supra desenvolvido, onde a democracia é quase a roçar a perfeição, tal como Bélgica, Dinamarca, Holanda and so on. 
O povo aqui nas ruas protestando contra a corrupção e o jeitinho brasileiro de levar a vida, fez-me pensar que mesmo que as coisas mudem, que sei lá de onde brote uma consciência cumpridora da ordem, pelamordedeus não vão ao 80. 
Li isto hoje e não sei o que é pior: se é o cara jogar lixo no chão ou esta psicopatia pela ordem e pela vida dos outros.
"Os holandeses são um povo obcecado com o respeito a leis e regras e com uma necessidade quase visceral de obrigar toda a gente a respeitá-las, mesmo que não os estejam a incomodar minimamente. Hoje vendi a minha cama, e como tal, o casal que a veio buscar parcou o carro à minha porta para facilitar o transporte das peças da minha porta até à bagageira. Ainda o homem não tinha posto as moedas no parquímetro, e já estava a ser chateado por um dos meus vizinhos, muito cioso, porque o estacionamento na rua era para moradores e devia ir estacionar no grande estacionamento recentemente construído a 100 metros de minha casa. Por azar só falava holandês, mas por sorte um vizinho estava a sair de casa e lá me ajudou, e lhe explicou que era só temporário, até carregar umas coisas no carro. Aí dois minutos depois saía outro vizinho igualmente justiceiro a reclamar também, e voltou a ser preciso dar toda a explicação, até que me sugerem pôr o carro a 4 piscas (apesar de já ter pago o estacionamento) para que o bairro não entrasse em histeria colectiva por ter um carro parcado à porta da minha casa a pagar que não era de moradores e que por isso deveria ir parcar a 100 metros. A solução acabou por passar pela mulher do casal ficar ao lado do carro com portas abertas e quatro piscas, enquanto o marido e eu desmontávamos a cama e a metíamos, peça a peça, na bagageira. Estou para ver o pesadelo que vai ser na próxima semana, quando estiver a fazer as mudanças definitivas e tiver um carro a ser carregado várias vezes à minha porta durante um dia ou dois... mesmo pagando parquímetro." 
Luna.

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