sábado, 15 de junho de 2013

Lar doce lar


Durante muito, mas muito tempo estas três letrinhas juntas fizeram um nó apertado na minha garganta. Era um nó daqueles de marinheiro, difícil de desatar. Olhava para a vida dos outros nos bicos dos pés e sentia imensa revolta, não porque os culpasse pelo meu infortúnio, mas porque sentia que não valorizavam o suficiente a dádiva que é ter um lugar para morar. Ora lugar eu tinha, não tinha era o resto todo, a privacidade, as minhas coisas espalhadas pelos cantos. Não tinha a minha alma perdida pelas paredes, em simbiose com o concreto e a tinta, quase como se dependêssemos um da vida do outro. 
Não tinha casa e sem casa, não tinha lar. Mas agora...agora as coisas começam por fim a materializar-se, desenham-se por horas a fio sonhos em que tentamos encaixarmo-nos em fotos de anúncios. E ficamos como que assim perdidos entre ítens difíceis de conciliar. Tem de ser barato, tem de ser perto, tem de ser grande (pelo menos para que caibam roupeiros nos quartos) e se possível, poderia ser bonito. 
Esta é a nova tarefa do marido este mês: andar a visitar vários lugares em busca de nosso novo lar. E tenho certeza de que irá encontrar um, aquele perfeito, que estará só esperando por nós.

2 comentários:

  1. Claro que vai encontrar e vai ser perfeito, até aposto!!
    Comigo foi assim, quando ca cheguei e vi o meu lar...que emoçao (apesar de termos ficado pouco tempo nessa casa, era no campo, longe de tudo e eu queria trabalhar), recordo com carinho o meu primeiro dia aqui ;)

    Beijinhos e coragem ao teu homem!
    Marina

    ResponderExcluir
  2. Uau que legal morar no campo! Quer dizer no campo mas com a cidade não muito longe né? Eu acho lindo, só ia ter medo de ficar sozinha à noite!!
    beijinhos

    ResponderExcluir