quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A louca

A minha sogra tem uma vizinhança diversificada diga-se de passagem, há de tudo. Desde casarões estilo mansão, casas de madeira, casa simples e há uma casa-lixão. Toda vez que passamos por ali o Fabian diz "Ixo mãe!". Pois bem, e a dona da casa é uma louca que passa o dia sentada na frente do muro a dizer asneiras. O marido é um bêbado e vivem os dois há muitos anos sem luz, em meio a muitos cachorros e lixo. Volta e meia pedem alguma coisa a minha sogra. Vivem de doações dos vizinhos, as pessoas ficam com pena e inclusive já lhes pagaram a energia e gás algumas vezes, no entanto eles não valorizam nada, gastam a torto e direito e a única coisa que mantém agora é a agua. Fizeram tanta choradeira que os funcionários da empresa desistiram de lhes cortar. 
A louca fica sentada a dizer barbaridades para quem passa e por vezes penso que ser louca tem lá as suas vantagens. Pode-se dizer ou fazer qualquer coisa que as pessoas não ligam muito, pois tem o respaldo de uma criança quando comete pequenos atos de teimosia. Mas louca ou sã, quero ver é se rasga dinheiro. Porque se rasgar, minha filha, então esta é louca com menção honrosa. Porque conheço muita gente que se diz louca, que se faz de louca, que age como louca, mas para mim louca mesmo é aquela que alheia a tudo esquece o mundo e vai ser feliz. Não há loucura maior.

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