segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Quando vou ter a minha cajinha?

Estes dias o Fabian brincava com uma das meninas da vizinha da frente, e voando de bicicleta ela disse  que meu filhote tinha contado que nós não morávamos na casa da minha sogra, mas que só estávamos ficando lá. Com que palavras ele disse, eu nem imagino, pois que a construção de frases dele é mais ou menos como a de um americano falando português. Porém aquilo me deixou pensando, afinal meu menino não é assim tão alheio a nossa realidade. Ele tem brincado muito de cajinha,  se esconde pelos cantos e entra e sai dizendo Tau, vou pá minha cajinha. Ontem perguntei se ele gostava da nossa casa nova. E ele: mãe, é Celita cajinha. E eu mas não é do Fabian também? Nãoo, Celita cajinha. 
Se até uma criança de dois anos sabe perfeitamente o quanto é importante termos o nosso próprio canto, quem sou eu para dizer o contrário. Confesso que às vezes me bate uma de o material não é importante, que importa o amor e isto temos de sobra...só que sai deste corpo que este corpo não é teu! Eu gosto da matéria, Jesus como gosto. Acho que esta nova onda de despertar para a espiritualidade distorce um pouco as coisas. Podemos ser melhores sim, mas podemos e merecemos ter conforto. Eu mereço ter a minha casa, porque não? Eu acho bárbaro as pessoas dizerem que o dinheiro não é fundamental, acho lindo mesmo, me vem lágrimas aos olhos. Principalmente quando elas se viram para atender uma chamada no seu iPhone 5. 
E neste balanço, vejo que faz seis meses precisamente que o meu marido perdeu o emprego. Permitam-me um pequeno desabafo. Foda-se aquele filho da puta daquele português viado que fez o meu marido perder o emprego para colocar dois amigos dele no seu lugar, ganhando o mesmo que o meu marido ganhava!!!!! E já agora, sua francesa ordinária, espero que tu vá dançar cancan lá no inferno, porque só ele para te dar um pega. Sua ridícula que não quis aceitar o meu marido quando todo mundo já tinha concordado para ele trabalhar em Paris!!! Obrigada. Sinto-me um pouco melhor. Eu sei, tudo que a gente tá passando é porque a gente precisa passar. Tudo faz parte de um plano maior, que a princípio não sabemos porque, mas fomos sorteados na loteria dos que vão ficar com o cu assado de tanta merda. Mas tudo bem, dizem que no final tudo melhora com um pouco de hipogloss. Mas ó senhor do show da vida, uma novela só com desgraça não dura tanto tempo senão não há audiência que aguente. Um pouquinho de felicidade para a mocinha aqui, pode ser?
Ps: felicidade em notas de € 500 por favor.

2 comentários:

  1. Calma, tudo a seu tempo...mas ja faz algum tempo, né?! k merd..........
    Sabes estamos a passar algo parecido, (ao contrario de voces temos 2 apartamentos e alugamos um) tambem acredito que o dinheiro nao é tudo mas....faz falta e ajuda tantoooooooo.
    Estamos sempre a contar o dinheirinho até ao final do més e so penso quando é que isto vai acabar Senhor???????
    Ha que pensar positivo, olha antes a falta de dinheiro do que um cancro!!
    Paciencia aos montes...
    Beijos
    Marina

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  2. Oi Marina! Pois, ainda bem que há saúde!! Porque o sistema de saúde público deixa muito a desejar comparado com aí.
    Estamos esperando até o fim de janeiro, se nada acontecer o marido embarca para Paris e seja o que Deus quiser. Aí gostam de brigadeiros? Acho que vou fazer doce para vender!!
    bjokas

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