Carol Castro: até a tatuagem foi à vida. |
Sentados no sofá, o marido vai ditando os nomes das musas em sua juventude. Googlamos juntos e passeamos pelas fotos digitalizadas e que pouco tinham além de maquiagem e a farta cabeleira dos anos 70/80. Seios naturais, pneuzinhos, aquelas dobrinhas de pele que teimam em resvalar fora da roupa: estava tudo lá. Mulheres normais, claro que um tanto quanto abençoadas pela natureza, mas nenhum pouco se assemelham às deusas que a mídia faz crer que coexistem conosco, mulheres mortais. Mulheres que "matam" a academia, a dieta e ainda tem o despudor de ostentarem celulite e estrias (e peso a mais). Mulheres que cansam, que borram o rímel, tem calos ou bolhas nos pés. Mulheres que roem unhas, que acreditam que fazem tudo mal porque não conseguem seguir o regime da moda.
Rose di Primo na esquerda, com os pneuzinhos dos lados partilhados por quase toda ala feminina. |
Quando vi mais uma vez o enunciado: veja os dez segredos das Angels, estupidamente sorri, nem sei se de enjoo ou inveja. Genética, genética, passar fome, genética, genética, maquiagem, genética, photoshop, genética, dinheiro, genética.
São aquelas a quem chamamos magras de ruim, são capazes de parir e sair desfilando da maternidade! Puff.. No entanto mesmo elas tem um grande suporte editorial, que faz com que sua cintura fiquei ainda mais fina, os seios mais empinados, as pernas tenham o ar saudável que muitas vezes não tem, o rosto fique com pele de bumbum de bebê. E às tantas pergunto-me se a perfeição pixelônica está aí porque nós mulheres somos umas eternas insatisfeitas-que-buscam-qualquer-defeitinho-em-outras-mulheres, ou porque o que é atraente mesmo que irreal vende mais. E não deixo de imaginar que este suposto ideal plastificado tem um quê daqueles fetiche por bonecas sexuais modernas.
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