nosso coração, continuamos a pensar o amor materno em termos de necessidade. E apesar das
intenções liberais, vemos sempre como uma aberração, ou um escândalo, a mãe que não ama seu
filho. Estamos prontos a tudo explicar e justificar de preferência a admitir o fato em sua
brutalidade. No fundo de nós mesmos, repugna-nos pensar que o amor materno não é
indefectível. Talvez porque nos recusemos a questionar o amor absoluto de nossa própria mãe...
O amor materno é apenas um sentimento humano. E como todo sentimento, é incerto,
frágil e imperfeito. Contrariamente aos preconceitos, ele talvez não esteja profundamente inscrito
na natureza feminina. Observando-se a evolução das atitudes maternas, constata-se que o
interesse e a dedicação à criança se manifestam ou não se manifestam. A ternura existe ou não
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existe. As diferentes maneiras de expressar o amor materno vão do mais ao menos,
passando pelo nada, ou o quase nada. Convictos de que a boa mãe é uma realidade entre outras,
partimos à procura das diferentes faces da maternidade, mesmo as que hoje são rejeitadas,
provavelmente porque nos amedrontam.
http://brasil.indymedia.org/media/2007/01//370737.pdf
http://brasil.indymedia.org/media/2007/05//382082.pdf
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