sábado, 31 de agosto de 2013

Chegamos!

Parece um sonho, mas depois de tanto tempo chegamos à nossa casinha! Foi uma viagem longa e cheia de paradas, mas levando em conta que tinha uma criança de três anos, foi o melhor que pude fazer. Adorei a casa, é bem maior do que as fotos mostravam, só está precisando de uma boa faxina, mas isto vou começar na semana que vem. Agora quero curtir o marido, matar as saudades e por a conversa em dia. Ainda tenho tanto para me acostumar, até à água, aos sabores, às baguetes...à nova vida enfim!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Não sei porque


Ainda acho que vou ser daquelas pessoas elegantes que viajam com suas valises (viu que chic?) deslizando pelo saguão do aeroporto, com ar descontraído e feliz. Mas não. Eu sou daquelas que mais parecem as muambeiras que viajam à São Paulo, com sacolas e mais sacolas atrás. 
E o pior nem é isto, é aquela sensação de olhar para as tralhas e pensar com um sorriso inocente: acho que vai caber. E não sei porque diacho acontece uma mágica qualquer e vai dái que as coisas se multiplicam e aumentam ou talvez seja a mala que encolha e de repente não há espaço para uma meia que seja. E a arte de ir contra a física ao socar aquilo tudo para dentro? E as bundadas que se dá e o quanto que se reza para que o fecho não emperre nem rasgue? Eu acho era que a Tap devia rever isto dos 32 quilos, é que é feminimamente impossível! E causa um grande stress às suas passageiras. Não peço muito, um containerzinho de 2 m2 já servia. Poderiam ao menos pensar sobre o assunto?

domingo, 25 de agosto de 2013

Ser emigrante

Quem já viveu em outro país sabe bem do que vou falar: aquela sensação de vazio, de incompletude, de não pertencimento que invade os emigrantes. Durante algum tempo lutamos para delimitar nossas fronteiras culturais e psicológicas...mas não há muro impenetrável perante os tropeços da rotina. E aos poucos vão nascendo rachaduras e dúvidas e um vazio. Aquilo passa a preencher os espaços que antes era ocupado pela resistência de continuar a ser quem éramos. Que data comemorar o dia dos pais? Se comemorava o de Portugal, não podia de maneira nenhuma esquecer-me de ligar no dia dos pais no Brasil, para não ferir suscetibilidades. Ser emigrante é ficar pelo meio fio, é não saber se portar no dia do pão por Deus em Portugal ou no carnaval se no Brasil. É não ter emoção por nenhuma das datas em especial, porque sempre há a impressão que falta lá qualquer coisa e mesmo assim não saber o que é. Não somos nem nunca faremos parte uniforme daquela sociedade, e no entanto ao visitar ou às vezes ao retornar, vemos que já também somos estrangeiros em nossa própria terra. Não há meio termo, não há como voltar atrás ou como apagar os anos que nos formaram em determinada cultura, com determinado jeito de pensar e agir.
Somos apátridas, ovelhas desgarradas sem rebanho. E isto assusta, dá-nos por um lado insegurança e por outro a liberdade e maior facilidade para viver em qualquer lugar deste planeta. Ao menos é o que sinto, que agora tanto faz França norte, centro ou sul, ou Luxemburgo ou Inglatera (não, Inglaterra não que vou morrer de tédio com tanto frio e chuva!). Não temos amigos, estamos longe da família (graças a Deus), de qualquer forma vamos ter de nos adaptar ao lugar que escolhermos. Não escondo que tenho muito medo de dar este largo passo, sempre fui avessa à mudanças. Porém aqui estou eu de malas quase prontas, equilibrando-me no meio fio. Meu medo funde-se com a despreocupação de que daqui uns tempos podemos tentar a sorte mais para sul, quem sabe? Isto até é um contra-senso, mas ser emigrante é isto mesmo. Saber que a felicidade pode estar em qualquer lugar.

C'est lui pour moi, moi pour lui dans la vie...


Já fiz uma série de posts sobre isto, mas como sou insistente, lá vai mais um: as pessoas decepcionam-me. É verdade, e eu reconheço minha parcela de culpa nisto. Queria ser daquele tipo de gente que não tá nem aí, que não espera nada de ninguém...algo do gênero monge budista que acredita que o desejo é o maior obstáculo para a felicidade. No entanto há algo que me impulsiona para isto, eu acho que as pessoas deviam ter alguma consideração pelas lembranças que deixaram em meu passado. E quem retorna ao seu país é como se entrasse em um túnel do tempo em que ninguém mudou, nada mudou, só nós mesmos. E esperamos encontrar o que talvez nunca tivesse sido. Agora vou parar de ser evasiva e vou direto ao ponto: as minhas primas por exemplo. Moram há quatro horas e meia de viagem e sabem quantas vezes nos econtramos neste um ano que estou aqui? Uma! E se fosse só isto, mas não é...quando querem realmente vir a uma festa por exemplo, ou como agora na semana Farroupilha, os piquetes e desfiles gaúchos, elas vem. E o que me irrita é depois a hipocrisia de mandar recados dizendo que tem saudades e que nos amam muito. Amam o cacete. Já falei das amigas, não disse? Esqueci de dizer da desculpa que uma me deu sobre a chuva, mas não percebeu que minutos antes postou umas dez fotos na casa da irmã com as sobrinhas. Ou seja, para vir me dar tchau é ruim por causa da chuva, mas para estar de visita em outro lugar já não é?
As pessoas decepcionam-me e esta talvez tenha sido a maior lição de todas. A de que somos eu por ele e ele por mim pela vida. Não há cá amigos, parentes, o diabo a quatro. Às vezes nem nos momentos felizes podemos contar com os outros que dirá nos tristes. Eu chamo agora de amizade/relação de conveniência. É isto, vou passar a usar as pessoas quando sentir-me só, quando quiser dar uma passeada no shopping. Aliás o que era também uma boa era existir alguma coisa como "amigo de aluguel". Será que os chineses ainda não inventaram? Aí a gente aluga literalmente alguém por umas horinhas e já está. Sem expetativas, sem jogos de ilusão, sem cobranças... ah que o mundo seria bem mais fácil. E honesto.

Eureka!

Conheço gente que só atualiza quando emagrecer cinco quilos...daí já viu né?

Descobri a fórmula de likes facebookeanos. Para quem anda chochinho porque está sendo ignorado na famosa rede social, aí vai duas dicas: seja muito muito bonito e gostoso ou...coloque uma foto a cada ano bissexto. Sucesso na hora.


Não é uma Brastemp

Ai ai, põe no mute que começou a propaganda. Era assim, não era? Errado! Não sei porque mas antigamente as pessoas viam mais os intervalos, acho que às vezes este era tão ou mais interessante que o próprio programa que assistíamos. Prova disto são os modismos que até hoje escutamos, como quando alguém diz que tem vontade de comer pipoca. Lá salta um a cantar eu quero ver pipoca pular, pipoca com guaraná, eu quero ver pipoca pular pulaaaaar, soy loca por pipoca e guaraná!  E a época do "tomou"? Ai anos 90....duvido quem não lembre da propaganda da Parmalat e dos mamíferos em que no final um pergunta para o outro com um bigode de leite: tomou? E o tomou serviu para muita coisa. Assim no estilo "bem feito", "viu,só", e no tão famoso "eu não te disse?", tudo traduzido em uma só palavra: tomou? 
E aquela coisa assim que não é muito boa, mas também não é ruim de todo...não é uma Brastemp, mas dá pro gasto. Esta tinha umas quantas, mas gosto mais daquela em que a mulher senta no sofá e passa a máquina de lavar trovejando pela sala. A mulher olha em tom desolado: ela vai...mas ela volta. Claro, não é uma Brastemp! Acho que é por isto que as pessoas veem cada vez menos propagandas: os publicitários de hoje também não são lá uma BrastempPurum bop bop bop.*


*vejam o comercial para ententer :)


Amizade à prova d'água

Dizem que podemos contar nos dedos de uma mão aqueles que são amigos de verdade. Pois eu digo que não sei se tenho amigos (o marido não conta). Penso assim, amigos de emails, de recordações, de conversas, eu tenho: uns dedos de uma mão. Mas aquele amigo com "A", acho que não. Ou melhor, tenho emprestado do meu marido,  a quem a amizade estendeu-se  a mim como por convenção masculina. O M. é talvez o único amigo que temos, aquele que se for preciso, tira as calças para nós vestirmos. O mesmo não podemos falar da mulher dele, enfim...isto é outra história.
E isto porque? Hoje tinha preparado um pudim e bolo de chocolate para receber as minhas amigas, duas da faculdade de História e uma dos tempos de escola e ainda a ex-professora do Fabian, que acabou por tornar-se um pouco amiga. Pois eu sei, chove há três dias sem parar, mas caramba, tirando uma, elas tem carro! E eu vou embora e sabe-se lá se ainda me veem nesta encarnação! Não vou até São Paulo e já volto, vou para a França! E isto devia significar alguma coisa, ou talvez até signifique. Significa que a nossa amizade não vale um banho de chuva, porque meu filho, quem quer realmente uma coisa dá um jeito, ainda mais nós brasileiros, né? E quem não quer arruma desculpa e já to farta de desculpas, além de farta de muitas outras coisas. E pergunto-me: afinal quantos amigos eu tenho? Quantos resistem a uma chuva? A um inverno ou a um verão? Tirando o M, acho que mais ninguém. Porque já disse que o marido não conta...

sábado, 24 de agosto de 2013

Tempo

Há coisa que eu odeie mais do que frio? Sim, há: frio com chuva (o dia inteiro). E quando o guarda-chuva não "guarda" mesmo a chuva? Deixa-nos assim despentelhado com suas perninhas tortas e a nossa cabeça e o resto todo do corpo molhado? Isto que aqui trata-se de um inverno tropical em que numas semanas faz 25º e em outras 4º. Imagino meu humor no inverno de Strasbourg, onde vai ser neve...neve...neve...neve... Isto me lembra  "O Iluminado", espero mesmo que aquela casa não guarde fantasmas de invernos passados. Brrrrr!

O papel de parede nós já temos. Hahahah!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Minha sina

E não é que tenho um problema com pessoas que gostam de frontalidade? Diz o meu marido que não sou só eu, que todo mundo tem problema com pessoas assim, até elas mesmas devem se odiar silenciosamente. Pergunto-me: será? De fato, não é por ser reservada que não possuo opinião, apenas não acho que deva sair por aí falando o que penso como se o mundo necessitsse de mais um ser ajuizado e dono da verdade. Para mim as pessoas frontais sofrem de baixa auto estima, porque só isto explica o fato de estarem sempre a desviar a atenção para os defeitos dos outros. Se fosse psicóloga era bem possível dizer sem rodeios: olha que não posso fazer nada por ti. Eu tenho um problema com pessoas frontais e não consigo ultrapassar isto. Só se fizermos um menage à trois com mais um psicólogo (para um tratamento que fique claro)!
Veio-me a lembrança um vídeo de uma cobra que mesmo tendo a cabeça decepada mordeu a si mesma. Era lindo de ver! O corpo todo sacudindo. A mandíbula a ver-se "ameaçada" ou seria já um movimento involuntário? Não sei dizer... mas a pobre besta acabou por abocanhar o próprio rabo, em uma síntese do comportamento tão singular das pessoas que falam tudo o que pensam (sobre os outros).
Minha sogra, minha mãe, minha cunhada, minha ex-amiga, todas tem em comum uma coisa: a capacidade de me fazer sair da minha habitual casca de ovo e revirar meu coração em estômago ao vomitar toda a raiva guardada com esmero desde a infância. Porque odeio tanto pessoas assim? Será porque além de puras e honestas e porque não dizer incompreendidas em sua missão de deixar o mundo mais justo, são hábeis em virar o jogo e transformar o ofendido em opressor? Sinceramente não sei, mas digo que a minha única vontade era de trancá-las todas à moda Big Brother e sentar para ver o que acontece. Teria muita cobra mordendo o rabo por aí...

Já sabem, não vou perder um episódio!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A montanha

Pronto, estou oficialmente em modo barata tonta. Tenho duas malas fechadas e pesadas e uma por arrumar. Visto que apenas "soquei" coisas ali para dentro, seria melhor retirar tudo e fazer de uma forma mais civilizada a arrumação. Faltam-me ainda a do Fabian e as de mão que vou fazer no último dia (imagino eu). Não sei se ando ansiosa para ter tudo ou se me dá uma certa tranquilidade saber que ainda tenho coisas para fazer, pois se assim é, é sinal que ainda tenho alguns dias para isto. E os últimos tempos tem sido passados como se fosse me despedir para sempre disto aqui, fico com pena de ter de deixar a casa dos meus padrinhos, de não ter convivido com a vó que está no Rio dando uma força para a minha tia e não ter andado mais pela cidade. Mas eu já sabia que ia ser assim, ando sempre na corda bamba do desejo, entre o impulso de continuar e a vontade de me jogar só para ver no que vai dar. Já avisei as amigas que estou como a montanha à espera de Maomé e que se quiserem se despedir tem de vir a mim, que tirei domingo à tarde só para isto...

domingo, 18 de agosto de 2013

Beleza interior

Este é o nome do meu pudim ou como diz o Fabian: podim. Eu na ansiedade para tirar da forma, achei que já estava frio o suficiente, acabei por quebrar ele. Não faz mal, isto não alterou em nada a consistência cremosa de derreter na boca e o sabor. Meu dindo gostou tanto que nem me atrevi a trazer um pedacinho para casa, deixei tudo lá! Mas vamos à receita do melhor pudim de leite:

- 2 latas de leite condensado
- Mesma medida de uma lata de leite condensado preenchida com leite
- 5 gemas (isto mesmo, só vai gemas)

Bater no liquidificador e despejar na forma já caramelisada. Assar por 1 hora em média em fogo baixo e em banho Maria ou até não sair nada no palitinho de dente. 




Três anos

Parabéns Fabian!! Para quem não ia ter nada hoje (só o aniversário na escolinha amanhã), até que teve uma festinha boa. Ele adorou tudo e estava tão ansioso que não consegui fazê-lo dormir à tarde. Cantou parabéns mais de dez vezes. O computador se manteve ligado e do outro lado do oceano, o pai cantava junto! Foi um dia muito bonito, até o tempo ajudou. Tenho certeza que a partir de agora é que começa a entender e a curtir mais esta coisa de aniversário. Ano que vem tem mais!
Mamãe tmbém tem que se arrumar!


Fabian e o meu dindo (que acabou sendo dele também).

Grêmio ou Inter?


Que saco mãe!


A hora mais esperada do dia!

Dindo, não cota o bolu!

Lá pelo nono parabéns...



E assim nasce o meu lado sogra

- Mãe tu vai morar no coração minha...
- Ohhhh...  (abraços)

***

- Então eu moro no teu coração Fabian?
- Não.
- Não?... Mas então quem é que mora?
- A Júlia.

"Hummm entendi. Por enquanto mora a Júlia, depois é que eu vou morar lá não é?"

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Pudim de leite


E no fim o que o Fabian quer que a mãe faça não é bolo (que isto a minha madrinha vai encomendar), é um pudim de leite condensado que fiz umas semanas atrás e ele adorou. A receita é de um restaurante que fomos algumas vezes e realmente é o melhor pudim que já comi: cremoso e sem furinhos! Depois ponho as fotos (e a receita, claro).

Muito triste

Estereótipos e visões preconceituosas já são tristes por si mesmas, agora feitas em cadeia nacional...o que dizer?  Com todo o respeito, posso chamar este cidadão de burro?

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Soluções para o estrago


Bem e agora depois do stress, vamos às soluções:
* tirar o armário da pia (e voltar a colocá-lo) e o do lado, para que possa passar o armário de duas portas que está ao lado da geladeira onde deveria estar desde o princípio (aliás era o que tínhamos combinado. Não sou chata a ponto de me emburrar por causa de poucos centímetros que sobrem, mas 30 ou 40 é demais!!
* Quando recebermos a pia que vem junto com a cozinha , fazer o buraco maior no plano de trabalho e usar a pia e a torneira bege.
* Falta o armário de cima de uma porta só na última foto (que ainda está com o cara que nos vendeu a cozinha).
* Quanto aos pés: ou se tira o plano de trabalho e o coloca levemente para cima, compra-se novos pés e utilizamos o tapa pés de metal que veio no conjunto. Ou procura-se alguém que dê uma lixada no metal para que caibam na nova altura dos móveis.
* Pinta-se (pinto eu) o plano de trabalho de bege ou usamos o que veio com a cozinha apesar das inúmeras emendas ou compra-se um plano de trabalho cor de madeira, daqueles do ikea com a pia bege da cozinha.

Perguntas que ficam na cabeça: porque não colocaram o plano de trabalho um pouco mais para cima ao invés de serrarem os pés??? Onde está a madeira para por embaixo do forno de modo que fique da mesma altura das portas do armário?

É por estas e por outras que me agonia estar tão longe, se estivesse lá não deixaria estragarem as coisas como o fizeram. Como o ditado diz: preguiçoso faz o trabalho duas vezes e eu não vou deixar assim, não vou mesmo!


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Chateada

Porra, depois de ficar horas montando uma cozinha com a plataforma virtual do conforama, encaixa aqui, encaixa lá. Depois de tirar trocentas fotos do projeto e mandar ao marido, eis que os pés são grandes para o plano de trabalho, corta-se os pés. Daí depois não encaixa os tapa-pés e não dá pra cortar porque é de metal. Então ficam os pés de fora. Resolvem ainda fazer o que querem, porque o marido acha que o móvel das gavetas fica melhor do lado do forno, aliás, o forno ainda fica capenga porque tá mais baixo que o resto dos móveis. Não basta o papel de parede (horrível), não basta o plano de trabalho ser cinza, a pia ser branca, os armários serem bege. E ter sobrado um buraco no canto esquerdo que se vê cano e tomadas abertas... to muito chateada que nada ficou como tinha pensado. 

Marido:


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Fabionices



O Fabian pronto para ir à escolinha, senta-se no sofá contrariado depois de ter chamado a avó três vezes.
- To muito velho mãe. - (Sabe-se lá o que ele quis dizer com isto).
                                                                           ***


- Mãe, me empesta teu bolo? - (depois de já ter comido todo o dele)

- Mas se eu te emprestar como tu vai me devolver?

- Assim, ó, na tua boca.

- Mas aí já vai estar mastigado Fabian.

- É. - (cara mais sem vergonha possível).

                                                                         ***

- Mãe...

- Que?

- Mãe... - ou melhor - Bãe... - Cabeça para trás - meu nariz tá estagado.

- Entupido Fabian, entupido.

Marido de aluguel



Quanto mais "primeiro mundo" o país é, mais caro ficam os serviços básicos e domésticos. Ter uma empregada esquece! Isto é um luxo, enquanto no Brasil ainda há famílias de classe média com a possibilidade de manter uma. Fiquei de cara quando o marido disse quanto cobram para passar uma camisa. Se em Portugal, me recusava a passar roupa e pagávamos um euro a peça. em Strasbourg uma camisa passada não sai por menos de 9 euros. E nem pensem que levam em casa. 
A prima do Fernando que morou um ano na Alemanha, escreveu umas coisas muito certas na altura: nós brasileiros somos mal acostumados. Somos mal acostumados a ter o lixo na porta, ao separar apenas o lixo seco do orgânico sem que haja mais trabalho ao escolher se é plástico ou vidro, pois há uma empresa de reciclagem que faz isto por nós. Aqui por exemplo, segunda, quartas e sextas é dia de lixo orgânico e quintas e sábados, lixo seco. Os lixeiros batem na porta e entregamos diretamente a eles, nada de eco ponto, de enfrentar chuva, frio ou sol escaldante e ficar minutos a tirar tudo dos sacos e meter as coisas uma a uma nos buracos certos. Aqui há farmácias 24 horas, não, melhor dizendo, TODAS as farmácias funcionam 24 horas, 7 dias por semana. Aqui há tele tudo. Tele pizza, remédio, taxi, qualquer lojinha tem tele entrega, isto porque os motoqueiros ou são autônomos ou fazem parte de uma empresa terceirizada. Tudo em nome do conforto, lógico. Mas quanto mais conforto temos, mais subempregos geramos, e é por isto que na França os shoppings até a pouco tempo fechavam às 19. Até me assustei a primeira vez, vi uma correria para lá e para cá, lojas encerrando, pessoas desesperadas dirigindo-se à saída. O primeiro pensamento foi "é assalto", seguido de "é bomba, porque terrorismo combina mais com a europa do que bandidagem". Não, era apenas o que acontece quando se paga 1430 euros para um empregado em uma jornada de trabalho decente. Para não disparar os preços, não é possível ter pessoas a trabalhar por turnos, então o negócio é fechar cedo.
E esta introdução toda para dizer que o marido depois de procurar alguém que instale cozinha e monte móveis a preços justos, está aprendendo alguma coisa neste curso-intensivo-de-uma-semana-involuntário. Quem sabe não se juntem pai e filho em uma empresa de marido de aluguel (adoro esta expressão)? Tenho para mim que isto é uma pequena mina de dinheiro, a julgar pelos 84 euros hora que os montadores do ikea quiseram cobrar à nós.

Mesmo vestido com oito quilos a menos


To me achando!

Tão eu


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Porque as mulheres envelhecem mais cedo?


Hoje ao ver esta imagem pensei, ou melhor, cheguei a ir no google checar a idade do casal. Imaginava que o Antonio Banderas fosse uns 15 anos mais jovem que a Melanie Griffth, mas não, é apenas três anos mais novo. Sério, três anos minha gente!! Não é lá que eles não envelheçam, há sempre uns que criaram barriga pelo caminho, a pele de fato vai ficando mais fina e caída, tem as "entradas" ou a carecada toda, mas convenhamos, os homens em geral sabem envelhecer melhor do que as mulheres. Será porque dão menos importância à picuinhas? Será da testosterona? Será de não se envolverem tanto na educação dos filhos quando os tem? Qual é a fórmula para chegar lá sem andar aí juntando os pedaços?
Às vezes penso que esta questão é cultural. Ainda pensamos que à mulher é proibido envelhecer. Não deve ostentar cabelos brancos, não deve andar sem maquiagem com ar de desmazelo, não deve deixar "cair" os seios. Os homens por mais que tenham uma barriga suave e alguns cabelos grisalhos, além de não esconderem a idade e aceitarem com mais facilidade a maturidade, soma-lhes um certo charme. Quem  não ouviu dizer que os homens são como o vinho? Depois, imagino que isto se deva a uma questão biológica: independente do vigor sexual não ser mais o mesmo, eles são férteis por uma vida toda, salvo raras exceções. A mulher não. Nós viemos com prazo de validade. Nós amadurecemos depressa demais... e talvez tenham ficado coisas pelo caminho, coisas por resolver. Será que a chave da felicidade está na praticidade do mundo masculino? Juro que tantas vezes tenho observado o jeito do marido de encarar os problemas e tirando este stress de não ter emprego, o Fernando sempre se mostrou uma pessoa calma, da turma do "agora que tá deixa que fique". Para ele não tem tempo ruim, coisa que não combina, problemas do trabalho para dentro de casa. Ah não pode trocar o plano de trabalho da cozinha? Deixa que fique, mais tarde a gente troca. Ah não pode ter carro, não pode viajar, não estressa, ano que vem dá. E eu aqui numa agonia quando as coisas não saem como eu quero e já fico pensando que por este andar, ainda me dizem daqui uns anos que andamos na mesma dezena!

Decisão difícil



Se foi muito fácil decidir sobre que destino tinha o Yoshi quando resolvemos voltar para o Brasil, hoje meu coração está dividido. Quando se retorna ao país de naturalidade, o animal pode vir conosco no mesmo voo, o contrário já não é possível, pois segundo a lei, trata-se de uma exportação. Vai daí que temos que procurar empresas que façam a parte burocrática junto à Tap Cargo. Até agora não tenho conseguido sucesso em achar uma transportadora de carga viva e a mãe anda indignada comigo pois quer muito que o Yoshi fique com eles. Aqui ele tem carinho, comida, companhia de outros dois cachorros e mais duas gatas (fora as duas cadelas que ficam na rua as quais ele não simpatiza nenhum pouco). Eu penso e quanto mais penso, mais indecisa fico, logo eu!! Gosto tanto dele, o meu companheirinho maluco, que tanto eu brigo e amo ao mesmo tempo, deixar assim...não sei. Por outro lado penso que onde vamos morar assim que eu começar a trabalhar ele ficará sozinho, quando viajarmos não temos onde deixar, nem sei se há hotel para cachorros nos arredores de Strasbourg. Depois penso na viagem que será muito mais cansativa que a de Lisboa para cá. E depois fico com remorso e já não sei se estou sendo egoísta por querer que ele passe por isto de novo. De qualquer forma, ao que parece tenho meio ano ainda para mandar trazer o meu amigo. Talvez por hora fique como está, mas que o coração anda apertado, isto anda...

domingo, 11 de agosto de 2013

Feliz dia dos pais, vô!

Naquela época não era tão comum ver avôs nas festas de dias dos pais, acho que na minha escola devo ter sido a pioneira. Tenho saudades das fitas cassetes que gravaram nós dois a pular e tu a me levantares nos braços como um elevador. Tu te cansavas vô, de uma forma mais rápida que os outros pais, mas eu entendia e nunca reclamei disto. Lembro-me dos cartões em forma de gravata que fiz para ti, dos desenhos, das músicas que cantei com os colegas e das declarações no microfone. Foste pai duplamente, foste um avô maravilhoso que me fez todas as vontades possíveis e algumas das impossíveis, aquelas que deixam as mães brabas de saber. Sinto tanto não ter te abraçado com mais força pela última vez...mas o fiz em pensamento hoje vô, porque hoje o dia é teu. O melhor pai que a minha mãe pode escolher para mim, o próprio pai. Um beijo da tua neta, um pouco filha... ao melhor PAI do mundo.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

É filho único sim senhora

Para o aniversário tenho de fazer um painel para por na sala do Fabian com alguma fotos das fases de crescimento dele. O painel da Julia que faz a festa na próxima sexta já lá está, junto com as fotos da irmã mais velha. E eu aproveitei para perguntar para o Fabian como é o nome do irmão dele ao que rapidamente respondeu "João", o anjinho loiro de cachinhos. E eu: mas não é o mano Lucas? E ele disse que não, sacudia a cabeça com força e apontou para o melhor amigo. Não é mano Lucas, é João. Então tá né! O Fabian por ter uma diferença abismal com os outros dois irmãos, não os considera como tal. Porque não convive quase nada, porque nem sequer os vê pela internet, porque deve lhe parecer estranho ter dois adultos que chamaria de "titios" como irmãos e não crianças como seria mais lógico. Também ainda não lhe caiu a ficha de que o pai tem idade para ser seu avô, mas pronto. Praticamente em termos sociais o Fabian é filho único, ainda que biologicamente não o seja. E sinto muito marido, mas acho que a relação mais próxima disto será com os colegas a quem eleger como amigos especiais, os irmãos daqui uns tempos não passarão de meros estranhos a ele.

Fofas demais



Depois de umas criações sem noção a Melissa finalmente acertou em cheio com esta coleção de Ballet. Acho que é meio nostálgico...lembro-me das minhas aulas em sapatilhas destas aos quatro anos. Mas eu gostei, usaria numa boa!

Todo mundo quer


Um homem com aliança na mão. Uma jovem com namorado. Um cachorro vira lata adotado. O último par de sapato em uma promoção que passamos umas vinte vezes e achamos sem graça, agora desfila nas mãos da mulher que se dirige para o caixa. De repente as coisas proibidas ou seja, que de alguma maneira já tem "dono" ou destino, passam a despertar cobiça por parte de quem desdenhou anteriormente. Isto é humano, é da  vida, duvido alguém que nunca tenha sentido uma pontinha de raiva por pensar assim. Agora achava eu que isto não se estendia para outras áreas menos sentimentalistas como os negócios, pois eis que depois de o marido estar empregado chovem, quando eu digo chovem é no sentido de temporal mesmo, coisa absurda, propostas de trabalho. Peraí, que meu olho direito está palpitando. Deu. Grrr!! Chovem!!! Ficou 9 meses desempregado no Brasil, mais 2 meses e meio em Paris e agora descobriram que ele é a bolacha mais recheada do pacote. A última proposta foi para trabalhar em Luxemburgo com um salário muito, mesmo muito bom. E ele teve de dizer não. Não é ético pular do barco agora. Daqui a seis meses, se não receber o aumento que lhe é devido pela experiência e valor de mercado, vai começar a pensar nos aliciamentos. Só tenho medo que a chuva não dure até lá.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Aniversário

Não vamos fazer aquela festa como a do ano passado. Foi simples, mas veio a família quase toda de ambos os lados, o que se resultou em umas quarenta pessoas. A festa do Fabian este ano vai se resumir à festa na escola só para os colegas e os pais (no caso eu e a minha mãe) e um bolo na casa dos meus padrinhos. Só fico chateada com tantas regras naturebas porque ele queria muito que eu fizesse o bolo de chocolate para comer com os amigos e eles não deixam levar nada a não ser algum salgado integral ou no máximo pão de queijo. O bolo eles fazem lá com açúcar mascavo, alfarroba para substituir o chocolate e confeitos biológicos dã!! Ao menos no domingo que é realmente o seu dia, vou fazer um bolo bem doce, daqueles de negrinho coberto com mm's. Se uma criança não pode comer uma gulodice nem no dia do próprio aniversário meldeus, pára  o mundo que eu quero descer! 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Dois

Quando alguém comenta que uma fulana qualquer voltou grávida da lua de mel não deixo de sentir pena. Tudo bem que há quem veja que toda a criança é uma benção, mas convenhamos que um casal para se estabelecer como tal precisa de algum tempo à sós. 
A viagem à Paris que o M e a R fizeram desta vez foi reduzida à torre Eiffel e à Disney. Nada de jantarzinho romântico, nada mesmo, nem de brioches e chás sossegados. Mc donald’s e no máximo crepes de nutella fizeram o cardápio de uma semana. Se não fossem os anos que passaram a dois, a maneira como juntaram as mãos e caminharam sem destino nos jardins de Luxemburgo, à vista da Monalisa que os observava com inveja, não seriam tão eles.
As pessoas mudam com o tempo, mudam de hobby, mudam de casa, mudam amizades, trocam de emprego, ficam ófãos, viram carecas, criam barriga e bom senso (tá bem, às vezes não). E o filhos crescem, atropelam-nos pelo meio, uma hora ajudam, outras muitas atrapalham. Hoje dou razão ao marido por ele ter me segurado por três anos minhas tentativas para engravidar e hoje vejo que por mim poderia pensar em filho lá pelos trinta. Poderia esticar até quando desse, até perceber-me mais paciente e madura. Mas apesar das decisões que tomei, valorizo aqueles três anos em que andamos despreocupadamente, em que não tínhamos horários e podíamos assistir o Horatio ao invés de Galinha Pintadinha.

 Um casal precisa de tempo livre de filhos, de preferência antes destes, a intimidade requer tempo para desabrochar, requer domingos atirados ao sofá, dias na praia em horas impróprias, requer sexo sem interrupção, requer animais de estimação a quem trataremos por filho, requer cinema até a meia noite. Serão estas as lembranças que traremos quando pensarmos em nós e é incível tudo o que pode caber entre um mais um.

Bonitinha mas ordinária

Sim, eu disse o porque de Bonitinha, mas não disse tudo. Não lhes falei da minha paixão secreta por Nelson Rodrigues, do quanto admiro e queria escrever um décimo do que ele deu vida. Lembro-me da primeira vez que li um conto dele: A dama do lotação. Meus olhos absorviam curiosos e horrorizados ao mesmo tempo a história de uma mulher casada e que agia como uma verdadeira senhora para todos menos durante a tarde quando pegava o transporte público a fim de caçar amantes. Depois li a peça 

Facebookeando


 (sendo justa é isto aí, a menos que seja problema informático).

A vida imita a arte

Hoje o dia amanheceu de mau humor, chovendo e largando raios e trovoadas. Deve ser mais ou menos a sua forma de responder " que tem de bom nessa merda"  à inofensiva saudação matutina. E eu que pensava que temporal assim acontecia só naqueles filmes de terror?!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Todas as noites


A minha vizinha tem um relógio. Ou deve ser uma máquina do tempo pelo barulho que faz. Engraçado só ouvir à noite, ou deve ser porque ela só funciona estas horas. Pensando bem, pode ser uma máquina de sonhos, pessoas a quem falta imaginação devem ter uma destas. O meu marido não tem, e não é porque ronca, é porque de fato tem imaginação a escorrer pelos cantos da boca e pelos olhos, sempre voltados para alguma realidade paralela qualquer. 
Quero bater na parede com os cotovelos, este barulho ritmado me irrita. Não posso dormir com esta máquina ligada seja de tempo ou seja de sonhos. Eu quero ter os meus em paz e silêncio. Já pensei que podia lá a coitada sofrer de alguma doença respiratória e precisar de uma engenhoca para mantê-la, mas aquilo não é como um tilitar comum, é rápido, é agoniante. Pus minha orelha para espiar. É mesmo dali. Todas as noites tenho de convencer-me de que é apenas minha imaginação, não há ruído nenhum ao lado. Viro-me e reviro-me no travesseiro. E se for uma bomba-relógio? Aperto meus olhos. E se eu tivesse o poder de quebrar esta merda só com o pensamento? E esta desgraçada, amanhã vou bater na porta e pedir para a mãe dela o meu sono de volta. E se ela disser que não tem relógio nenhum? E se eu estiver ficando louca? E se ao menos aquela porra explodisse e eu pudesse finalmente dormir?

Tudo que eu gosto é ilegal, imoral ou engorda

Sério que quando li isto, mentalmente escutei todos os sermões que a minha mãe diz sobre a comida. Sinto muito, mas não consigo me abster destes pecados. O negócio é suar a camisa mesmo e até agora tem corrido bem.


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Datas


Às vezes penso que me assemelho a um presidiário a quem será dada a liberdade em poucas semanas. Organizo mentalmente o que farei, o modo como vou deixar-me ficar embaixo do sol sentindo o calor de cada centímetro de pele. O cheiro da brisa de verão, os sorrisos, a terra molhada. O cheiro das cores, sim, tem cheiro e um cheiro doce, daqueles perfumes de vó. 
Conto os dias, as horas, construo imagens como se estivesse prestes a estrear minha vida. Os personagens embaciados na película. Os abraços ainda precisam de mais ensaios para que saiam com a pressão certa desta saudade de quase meio ano cultivada. De repente as coisas aqui já não tem graça, é uma sucessão de dias monótonos em tons pastéis, tornei-me mesmo fadada à mesmice. No entanto, tal como um prisioneiro  ao mesmo tempo que odeio estar em parcos horizontes, tenho medo de como vai ser quando as portas atrás de mim se fecharem. Ecoarão fundo um rangido de liberdade que assusta, pois que a liberdade tem um quê de caos que já não estou mais habituada. 
Risca-se o tempo com pedaços de giz, primeiro o aniversário do Fabian, depois o dia dos pais, depois mais uns palitinhos e...Paris espera por nós. Enquanto isto espero, espero e espero que ainda dê tempo para um final feliz.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Porque nunca poderia ser acadêmica

Até que enfim

É amanhã que o marido põe as suas mãos grandes na chave da nossa casa. E a partir de domingo entram os armários do quarto do Fabian, a nossa cama, a cozinha, etc, etc. Nestas horas a gente vê que ter carro não é um simples capricho, ter carro é fundamental. Muitas das coisas que vi pela net em segunda mão poderíamos ficar se não fosse o impeditivo de que em algumas aldeias não exista transporte público e sem o marido ver primeiro e sem alguém para fazer o frete, nada de negócio. Ter de pagar no mínimo 50 euros a cada coisa que se compre é caro, saindo às vezes mais a pena comprar em lojas que entregam em casa e tem-se um produto novo. Temo que só daqui um ano a gente consiga comprar um carrinho... até lá nos viramos assim. 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Brasileiros na França


Ultimamente tenho procurado blogs de brasileiros que moram ou moraram na França...não sei, é  como se eu precisasse de algum tipo de bússola, como se estes blogs pudessem me dar a mensagem de que se conseguiram, eu também consigo esboçar um ça va. Tenho devorado bytes com o blog do Daniel, que já falei aqui, o Chéri à Paris e agora é a vez de Le Croissant com a Carol, que já não escreve mais, mas mesmo assim divirto-me com as histórias que ali dormitam. 
O Domingo de Chuva foi e sempre vai ser o canto para onde venho desabafar e acredito que agora será mais que isto, fará o elo com a minha língua materna, que tanto amo e tenho medo de vandalizá-la com a falta de prática. Espero que não encha isto muito de uh lá lás e "donc "s, e prometo no inverno não trocar para domingo de neve!
As preocupações tem sido tantas que não é raro sonhar que as pessoas a minha volta falam francês. Em um deles eu respondia: oui oui para tudo. O marido que não gostou disto, acha que algum maluco vai me cantar e sem entender vou soltar oui!
Desta vez sou como gato escaldado, não vou com tantas expetativas, não vou achando que todo mundo vai me tratar como eu acho que deveria ser tratada e nem que vou achar lá brasileiros em forma de franceses. Isto não existe, são culturas diferentes, sorrisos ou meio sorrisos vá lá, difrentes. A única coisa que espero de mim é  não sair construindo muros just in case, é estar aberta para quebrar a cara se tiver de ser, cair, levantar e erguer novamente.  Minha sorte é ter um marido com uma paciência do tamanho do Everest. Que agora vai somar mais um papel na minha vida: o de meu tradutor oficial.