quinta-feira, 16 de maio de 2013

O tempo (não) pára

O que o fulano vai ser pai? O outro vai ser pai do segundo filho? Li bem isto? Sim, do segundo. O outro casou, o outro noivou. É assim minha cara de espanto quando vejo que meus ex-colegas da escola estão envelhecendo (tal como eu). As meninas já acho mais natural, embora a maioria não tenha filho nem marido. Parece-me um fato que as mulheres amadurecem mais cedo, no entanto quando vejo que algum dos rapazes anuncia que a cegonha lhe visitou a casa, fico com a pulga atrás da orelha. É como se o tempo tivesse congelado, só consigo imaginá-los naqueles uniformes sujos de poeira e suados a jogar futebol no recreio. Não me parece que o menino que ainda ontem jogava vídeo game esteja preparado para avançar de fase. Deve ser o mesmo que acontece quando pessoas mais velhas se admiram em como crescemos, nos formamos e nos tornamos mulheres. Mas apesar de admirarem-se com a evidência, continuam a nos por uma fôrma de criança ou adolescentes, conforme o período em que ficamos congelados. A minha madrinha é assim, até hoje sonha comigo apenas  com nove anos de idade. E apesar de saber que casei e tenho filho, ainda me olha de maneira maternal (o que diga-se de passagem tem um lado bom). 
Tenho reparado que uma imagem mental é difícil de se refazer. Quantas e quantas vezes nos sentimos frustrados porque mudamos certas atitudes e não obtemos reconhecimento? As pessoas já estão com o olhar viciado de nossa personalidade. Está cristalizada a crença de que ninguém muda. As pessoas são assim e pronto. É por isto que temos de nos acostumar a não esperar que tenham o clic, há pessoas que já se acostumaram à escuridão do pensamento e qualquer mudança ao invés de as fazerem enxergar melhor, as cega completamente. 

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