quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Vida de imigrante

Tenho visto aumentarem as reportagens sobre imigração, eu mesma já coloquei um link para uma e um fato recorrente é a reclamação de alguns portugueses sobre o problema dos vistos, a demora, a dificuldade que é conseguir um. Em primeiro lugar, quero deixar claro que não sou contra a imigração, eu acho que as pessoas tem o direito de buscar o melhor em qualquer país, de recomeçar como eu e outros amigos o fizemos em Portugal. Acontece que tem um problema: as pessoas acham que vão ser tratadas como brasileiros ou como acham que os brasileiros são tratados em Portugal, aliás, há a ilusão de que nós fomos ou somos muito bem tratados e de que para nós foi fácil conseguir ficar legal. Nã queridos, não é bem assim. Não é lá por ser um país de terceiro mundo que não devemos de ter burocracia, leis, regras, etc. Só para ilustrar, meu marido saiu do Brasil já empregado no ano de 1998 e naquela época tinha de ir regularmente à Espanha no Consulado Português para pedir o visto de residência. Ele ficou dois anos ilegal porque simplesmente além da espera de um ano (a previsão era de um ano em média!), perdeu mais um pois os seus papéis foram extraviados durante o processo. Antes de haver agendamento no SEF, era preciso enfrentar uma fila gigantesca, muitas vezes tinha de ir de madrugada, faltar ao trabalho (o que como era RV implicava em ser descontado), ser pessimamente atendido. Também há o preconceito por estar ilegal, muitos patrões não aceitam fazer o contrato que poderia servir de entrada ao visto de trabalho e sim muitos foram enganados assim como outros o foram no Brasil, ao trabalhar e não receber. Quanto a mim, fiquei mais de seis meses ilegal, isto porque contei com a ajuda de uma advogada porque eram impedimentos e mais impedimentos por parte do SEF para liberar a papelada, sendo a mesma novela para renovar o visto. E mais tarde, depois de três anos de casada consegui a cidadania (que demorou a volta de nove meses) pelo meu marido estar há mais de seis anos legalmente no país. Ora com o acordo bilateral entre Brasil e Portugal isto é possível para ambas nacionalidades. Acreditem que é bem pior quando se trata de outros países como Espanha, Argentina, etc. E por acaso lá fora é diferente? Nesta semana uma amiga do marido conseguiu a cidadania canadense após 10 anos, a minha cunhada tem o green card depois de casar com um americano, no entanto já morava lá há bem mais de uma década. Eu acho justo. Acho justo que seja para ambos os lados, morar seis anos legalmente ou estar casado com um cidadão há pelo menos três é bem razoável. Mas é claro que entendo que estes comentários vem de alguém que pouco sabe sobre a vida de imigrante e ainda tem muito a aprender. Porque como dizem por aí, pimenta nos olhos dos outros é refresco. Não é que sejam uns coitados que caíram no conto do vigário, é que agora sim vão viver a vida "fácil" que os imigrantes tiveram em Portugal.

3 comentários:

  1. Ola ola

    Realmente deve ser mt complicado, nao conheço essa afliçao, em França, como nos paises da europa, os portugueses nao sao ilegais, basta a nossa carta de indentidade!!

    Graças a Deus ;)
    Bjs
    Marina

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  2. É uma realidade que não conheço a de imigrante. Mas do SEF já ouvi falar umas coisas e sim, sei que não é nada fácil.
    Tens um selo de leitura no meu blog http://maetambemmulher.blogspot.pt/
    Bjs

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  3. Escrevi isto porque acho que as pessoas não tem em conta que existe burocracia em tudo que é parte, o Brasil não é a casa da mãe Joana, também tem leis para visto de residência. É chato, é, é frustrante...também. Mas há que saber que isto faz parte da vida de qualquer imigrante (menos entre a comunidade européia ehehe).
    bjokas

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