quinta-feira, 18 de abril de 2013

Os preconceitos embutidos


Para dasabar um preconceito é simples. Observa teus sentimentos, observa a forma como colocas as palavras e expressas tuas ideias. Todos tem preconceitos em algum grau e com alguma coisa. Faz parte do ser humano catalogar a realidade que o rodeia. Já falei sobre isto, de certa forma o preconceito tem a função de simplificar o conhecimento, não seria prático em termos evolutivos andarmos sempre a analisar tudo a todo o momento. Sim, nós evoluímos, mas a nossa mente não. Continua a mesma de trinta mil anos atrás, ou quase a mesma. 
Entendo que seja complicado assumirmos determinadas crenças, sabemos desde a infância que é feio julgar, é feio dizer coisas sem pensar, é feio dizer que não se gosta disto ou daquilo e sem saber o porquê. Por exemplo, tenho uma série de preconceitos, tenho preconceito com mulheres que tem muitos filhos, tenho preconceito com gordos, tenho preconceito com gente que bebe demais, etc. Admitir um preconceito não é o mesmo que sair por aí a esfregá-lo em nosso alvo. Longe disto. Admitir é enxergar e aceitar. Mas acima de tudo é pensar na possibilidade de modificá-lo, e como poderíamos fazê-lo? Simples, a convivência com pessoas que o estimulam. Lembro-me de um filme muito bom que vi na adolescência: uma outra história americana. Falava de um jovem skinhead que foi preso depois de assassinar um negro. Na prisão depois de um monte de abusos físicos e sexuais ele tem o seu primeiro amigo, um negro. Aos poucos vai modificando o que neste caso do filme é um preconceito mais ferrenho e aberto, o racismo. Conviver com pessoas alvo ajuda a desmistificar o pensamento de que todas as pessoas daquela cor, daquele peso, com aquele comportamento x, são de fato assim. Desconstrói a ideia de coesão de personalidades, ninguém é igual a ninguém. Porém quando uma pessoa desconhece o seu preconceito, ela diz, fulano é bom, mas continua a achar que o resto daquela categoria a qual pertencia fulano estão errados, não prestam ou isto ou aquilo. Quando não se assume o preconceito fica-se em cima do muro, vê-se algo diferente, mas não temos coragem o suficiente para abandonar nossa visão antiga. Estamos presos ao medo e ao preconceito. Talvez, cá entre nós, eu tenha preconceito com as pessoas que fingem não ter preconceito. E preciso mudar isto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário